Info Day Portugal – Fundo Europeu de Defesa 2022

“É essencial garantir o envolvimento do setor privado, da nossa indústria, das nossas empresas e das nossas start-ups, mas também o envolvimento do setor público, dos centros de I&D, dos laboratórios e centros de interface, e das Forças Armadas, na busca de soluções tecnológicas inovadoras. Esta cooperação permite acrescentar valor e encontrar soluções diferenciadas”, afirmou o Secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira, a 21 de setembro durante o Info Day Portugal – Fundo Europeu de Defesa 2022.

O evento Info Day Portugal – Fundo Europeu de Defesa 2022, que decorreu no Ministério da Defesa Nacional, foi organizado pela IdD – Portugal Defence e a Direcção-Geral de Recursos de Defesa Nacional. Serviu para preparar as empresas, centros de investigação, academia e Forças Armadas em Portugal, para apresentar candidaturas às calls de 2022 do Fundo Europeu de Defesa (FED), que conta com € 924 milhões de euros para cofinanciar projetos de investigação e desenvolvimento de capacidades na área da Defesa.

“A evolução política e estratégica a União Europeia criou um quadro institucional favorável ao desenvolvimento da economia de defesa e à estruturação do mercado único de defesa. Este enquadramento institucional abre uma oportunidade de negócio e de financiamento muito significativa para as empresas nacionais, colocando-as pari passo com os maiores players europeus e criando condições de acesso às cadeias de valor que trazem riqueza para o nosso país”, reforçou Marco Capitão Ferreira.

“É uma oportunidade e é um risco. Estes consórcios [do FED] vão criar cadeias de valor, vão criar cadeias de fornecedores, e se não estivermos [integrados]… Não vamos sobreviver todos em todos os países. A criação do mercado único [da Defesa] tem este outro lado da moeda, que é preciso ter sempre presente. Mas há aqui oportunidades que não podemos desperdiçar. Até para evitar o risco de haver uma consolidação do setor a nível europeu, em determinados nichos de tecnologias, que deixe de fora as empresas portuguesas. É também porque a autonomia estratégica e soberana do Estado português depende disto que, do ponto de vista da Defesa Nacional, é absolutamente imprescindível ter uma Base Tecnológica e Industrial de Defesa (BTID) capaz de suportar a atividade das nossas Forças Armadas, perante o risco de nos vermos perante dependências várias que, perante o atual contexto, é fácil de ver que são de evitar”, alertou o Secretário de Estado da Defesa Nacional.

“Portugal foi um dos países pioneiros a apostar quer na inovação, quer concretamente na participação no Fundo Europeu de Defesa. Em 2021, foram selecionados 11 projetos com financiamento e com participação de 20 entidades, portuguesas às quais dou os meus parabéns pelo mérito das candidaturas que integraram. Este é um importante sinal sobre a capacidade da Economia de defesa nacional em participar no esforço europeu de assegurar a interoperabilidade entre as capacidades do Estados-Membros”, disse Marco Capitão Ferreira.

Neste evento foi apresentada a SmartDefence, a nova plataforma inteligente para a Economia de Defesa. Trata-se de uma aplicação web que indicia o processo de digitalização do ecossistema da Economia de Defesa em Portugal, e que permite às as empresas, centros de investigação e universidades, beneficiar do Fundo Europeu de Defesa, entre outras programas europeus. A aplicação, alimentada por inteligência artificial, permite fazer matchmaking entre as oportunidades existentes a cada momento e o perfil de especialização tecnológica de cada organização da BTID e do Sistema Científico e  Tecnológico Nacional (SCTN).

Neste evento foram também apresentados os resultados da participação portuguesas nas calls do Fundo Europeu de Defesa de 2021. Vinte entidades portuguesas integram os consórcios internacionais de 11 projetos já selecionados pela Comissão Europeia para serem cofinanciados pelo FED em mais de 361,3 milhões de euros.

Houve espaço para esclarecimento, diálogo e debate sobre a preparação de candidaturas bem-sucedida às calls de 2022 do Fundo Europeu de Defesa, num esforço da DRGDN/ Ministério da candidatarem-se ao FED22. Foi também apresentada Perspetiva Plurianual do Fundo Europeu de Defesa, que permite aos interessados conhecer os objetivos principais do FED e fazer um planeamento dos projetos de candidatura a médio prazo.

O evento contou com as intervenções da presidente do Conselho de Administração da idD – Portugal Defence, e do Diretor-Geral de Recursos de Defesa Nacional, Vasco Hilário e terminou com uma sessão de networking entre os representantes das empresas da Base Tecnológica e Industrial de Defesa, das organizações do Sistema Tecnológico e Científico Nacional, e também das Forças Armadas e do Ministério da Defesa Nacional.